ATA DA CENTÉSIMA QUINQUAGÉSIMA QUARTA SESSÃO
ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM
30.10.1991.
Aos trinta dias do mês de outubro do ano de mil
novecentos e noventa e um reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Centésima Qüinquagésima
Quarta Sessão Ordinária da Terceira Sessão Legislativa Ordinária da Décima
Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a segunda
chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adroaldo Correa, Airto Ferronato,
Antonio Hohlfeldt, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Gert Schinke, Giovani Gregol, Isaac Ainhorn, Jaques
Machado, João Dib, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann,
Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Mano José, Nelson
Castan, Nereu D’Ávila, Omar Ferri, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilson
Santos, Wilton Araújo e Artur Zanella. Constatada a existência, de “quorum”, o
Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou ao Vereador João
Dib que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. Após, o Senhor Secretário
procedeu à leitura da Ata da Centésima Qüinquagésima Terceira Sessão Ordinária
e da Ata da Trigésima Oitava Sessão Solene, que foram aprovadas. À MESA foram
encaminhados: pelo Vereador Airto Ferronato, 01 Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 51/91 (Processo nº 2774/91); pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 04
Pedidos de Providências; pelo Vereador Artur Zanella, 01 Pedido de Providências
e 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 236/91 (processo nº 2762/91); pelo
Vereador Leão de Medeiros, 03 Emendas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 09/91
(Processo nº 124/91); pelo Vereador Luiz Machado, 01 Projeto de Lei do Legislativo
nº 210/91 (processo nº 2442/91) e 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 240/91
(Processo nº 2785/91); pelo Vereador Wilson Santos, 01 Pedido de Informações e
01 Substitutivo ao Projeto de Lei do Legislativo nº 198/91 (Processo nº
2371/91). Do EXPEDIENTE constou Ofício nº 5596/91, da Câmara Municipal do
Recife-PE. A seguir, a Mesa apregoou correspondência recebida do Jornal
Kronika, informando que o Vereador Leão de Medeiros receberá o Troféu
Kronika/91 – Destaque Atividade Parlamentar. Em continuidade, foram aprovados
os seguintes Requerimentos: do Vereador Clóvis Brum, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde no período de vinte e nove de outubro a primeiro de
novembro do corrente ano, e do Vereador Clóvis Ilgenfritz, solicitando Licença
para Tratar de Interesses Particulares no período de trinta de outubro a
primeiro de novembro do corrente ano. Em continuidade, o Senhor Presidente
declarou empossados na Vereança os Suplentes João Bosco, em substituição ao
Vereador Brum, e Heriberto Back, em substituição ao Vereador Clóvis Ilgenfritz
e, informando que Suas Excelências já prestaram compromisso regimental nesta
Legislatura, ficando dispensadas de fazê-lo, comunicou-lhes que passariam a
integrar, respectivamente, as Comissões de Justiça e Redação e de Urbanização,
Transportes e Habitação. Após, foi aprovado Requerimento do Vereador Edi
Morelli, solicitando Licença para Tratamento de Saúde nos dias vinte e nove e
trinta do corrente. Em continuidade, o Senhor Presidente informou que
assumiria, em substituição ao Vereador Edi Morelli, o Suplente Luiz Negrinho,
que tomaria posse pela primeira vez nesta Legislatura. Após, comunicando que o
Suplente já entregara à Mesa dos trabalhos seu Diploma e Declaração de Bens,
convidou a todos para, de pé, assistirem à leitura, por Sua Excelência, do
compromisso regimental. Dando prosseguimento, o Senhor Presidente declarou
empossado na Vereança o Suplente Luiz negrinho, informando o nome parlamentar a
ser assumido pelo mesmo. Após, concedeu a palavra a Sua Excelência, que declarou
sua satisfação por integrar este Legislativo e sua disposição de fazer um bom
trabalho em prol da Cidade. A seguir, foram aprovados Requerimentos verbais dos
Vereadores Dilamar Machado e Luiz Braz, solicitando, respectivamente, alteração
na ordem dos trabalhos e alteração na ordem de votação da matéria constante da
Ordem do Dia. Em PAUTA ESPECIAL, ORÇAMENTOS, estiveram, em 5ª Sessão, os
Projetos de Lei do Executivo nºs 43, 44, 45, 46 e 47/91. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 48/91, o
Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 198/91, o
Substitutivo nº 02 aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 18/90; em 2ª
Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 230 e 172/91, o Projeto de Lei do
Executivo nº 56/91, o Projeto de Resolução nº 49/91 e o Substitutivo nº 01
aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 18/91; em 3ª Sessão, os
Projetos de Lei Complementar do Executivo nºs
11, 09 e 10/91, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 221, 228, 219 e 206/91,
os Projetos de Lei do Executivo nºs 51, 52, 49 e 50/91. A seguir, constatada a
existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em discussão Geral e
Votação foi aprovado o Projeto de Resolução nº 05/91. Também, foi aprovado
Requerimento do Vereador Luiz Braz, solicitando que este Projeto seja
dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final,
considerando-a aprovada nesta data. Após, foram apregoadas as emendas de nºs
01, de autoria do Vereador Vieira da Cunha, 02 e 03, de autoria do Vereador
Giovani Gregol, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 30/91. Em Discussão
Geral e Votação, Urgência, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 42/91,
por vinte e oito Votos SIM contra dois Votos NÃO, após ter sido discutido pelos
Vereadores Wilton Araújo, Airto Ferronato, Luiz Braz, João Dib e Dilamar
Machado, e ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Nereu D’Ávila, Airto
Ferronato, Décio Schauren, Artur Zanella e João Dib, tendo votado Sim os Vereadores
Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Cyro Martini, Décio
Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Ervino Besson, Giovani Gregol, Isaac
Ainhorn, Jaques Machado, José Alvarenga, João Motta, José Valdir, Lauro
Hagemann, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Vicente Dutra, Nelson
Castan, Nereu D’Ávila, Omar Ferri, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, Adroaldo
Correa, Heriberto Back, João Bosco e Luiz Negrinho, e votado Não os Vereadores
João Dib e Mano José. Ainda, foram aprovadas as Emendas de nºs 02, 03 e 04
apostas a este Projeto. Também, foi aprovado Requerimento de autoria do
Vereador Clóvis Ilgenfritz, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº
42/91 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação
Final, considerando-a aprovada nesta data. Na ocasião, os trabalhos estiveram
suspensos por onze minutos, nos termos do artigo 84, III do Regimento Interno.
Em Discussão Geral e Votação, Urgência, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº
30/91 que, após ter sido discutido pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Luiz
Machado e Heriberto Back, teve adiada sua discussão por duas Sessões, a
Requerimento, aprovado, do Vereador Nereu D’Ávila. Em Discussão Geral e Votação
esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 96/91. Na ocasião, foi apregoado
Requerimento da Vereadora Letícia Arruda, solicitando que este Projeto tenha
adiada sua discussão por duas Sessões, o qual deixou de ser votado face à
inexistência de “quorum”. Ainda, durante a Sessão, quando do período de Pauta,
em Discussão Preliminar, 3ª Sessão, esteve o Projeto de Resolução nº 45/91. Às
dezessete horas e nove minutos, constatada a inexistência de “quorum” o Senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Extraordinária a ser realizada amanhã, às nove horas e trinta
minutos. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt e
Airto Ferronato e secretariados pelos Vereadores Leão de Medeiros, Wilson
Santos e Adroaldo Correa, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Leão de
Medeiros, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e por
mim.
O SR. PRESIDENTE
(Antonio Hohlfeldt): Passamos ao
O SR. DILAMAR
MACHADO: Requeiro a inversão dos trabalhos, iniciando-se
pela Pauta, sem discussão - por acordo de Lideranças; depois, Ordem do Dia,
Grande Expediente e demais momentos da Sessão.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebe seu Requerimento. Antes, comunicamos que o
jornalista-responsável pelo Jornal Krônica informa-nos de que o Ver. Leão de
Medeiros receberá, hoje à noite, a Krônica 1991, Destaque Atividade
Parlamentar, no auditório da Assembléia do Estado do Rio Grande do Sul.
Solicitamos que os Vereadores se façam presentes a esse ato, às 19 horas.
O SR. LUIZ BRAZ
(Requerimento): Concordo com o Requerimento do Ver. Dilamar
Machado, solicito que aqueles projetos que normalmente não são discutidos,
pudessem ser votados em primeiro lugar.
O SR. PRESIDENTE: Colocamos em votação os Requerimentos dos
Vereadores Dilamar Machado e Luiz Braz para que haja inversão na ordem dos
trabalhos, iniciando-se pela Pauta, seguindo-se a Ordem do Dia, posteriormente
o Grande Expediente e Comunicações e, após, o período de Explicação Pessoal.
(Pausa.) Os Srs. que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.
Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Edi Morelli solicitando
Licença para Tratamento de Saúde, nos dias 29 e 30 do corrente mês. Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em substituição ao Vereador
licenciado, convocamos o Sr. Luiz Negrinho, que já fez a entrega de seu diploma
à Mesa Diretora, o qual fica à disposição dos Srs. Vereadores.
Convido o Plenário para, de pé,
assistirmos à leitura do compromisso e posse do Ver. Luiz Negrinho.
(O Sr. Luiz Negrinho presta o
compromisso.)
O SR. LUIZ NEGRINHO: (Lê.)
“Prometo cumprir a Lei Orgânica do Município de Porto alegre, defender a
autonomia municipal e exercer com honra, lealdade e dedicação o mandato que me
foi conferido pelo povo.” (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE: Declaramos empossado o Suplente, que acaba de prestar compromisso.
Bem-vindo a Casa, Ver. Luiz Negrinho.
Esclarecemos que o Vereador fez a
indicação de seu nome parlamentar como Luiz Negrinho e integrará, neste
período, a CEDECON. Como é tradição do nosso Legislativo, o Ver. Luiz Negrinho
poderá fazer uso da tribuna, pelo espaço de cinco minutos, se assim o desejar,
pela primeira vez. Poderá usar este tempo, agora ou a qualquer momento.
O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é com muita satisfação que, pela
primeira vez, assumo a tribuna desta Casa, representando uma comunidade da Zona
Sul, que é a Grande Cruzeiro. Fico feliz em estar aqui onde encontro grandes
companheiros e amigos pessoais e também quero aproveitar para desejar ao nosso
companheiro Edi Morelli a sua recuperação o mais breve possível e dizer que
estamos aqui, conforme nosso juramento, para trabalhar pelo nosso povo.
O SR. PRESIDENTE: Passaremos, a seguir à
5ª SESSÃO
PROC. Nº 2537/91 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
043/91, que estima a Receita e fixa a Despesa da
Administração Direta do Município para o exercício econômico-financeiro de
1992. Com Emendas.
PROC. Nº 2538/91 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
044/91, que estima a Receita e fixa a Despesa do
Departamento Municipal de Limpeza Urbana para o exercício de 1992. Com
Emendas.
PROC. Nº 2539/91 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
045/91, que estima a Receita e fixa a Despesa do
Departamento Municipal de Habitação para o exercício econômico-financeiro de
1992. Com Emendas.
PROC.
Nº 2541/91 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 047/91, que estima a Receita e
fixa a Despesa da Fundação de Educação Social e comunitária para o exercício
econômico-financeiro de 1992. Com Emendas.
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 2680/91 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 048/91, de autoria da Comissão de Inquérito, que
aprova a conclusão da Comissão de Inquérito constituída para apurar os fatos
divulgados no Jornal do Brasil do dia 29.04.1991 – (Incineradores do DMLU.)
PROC.
Nº 2371/91 – SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria do Ver. Leão de Medeiros, ao PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 198/91, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn que
faculta o funcionamento do comércio aos domingos que antecedem datas festivas
tradicionais no Município de Porto Alegre, altera a Lei nº 6.721, de 21 de
novembro de 1990, e dá outras providências.
PROC.
Nº 488/90 – SUBSTITUTIVO Nº 02, de autoria do Ver. José Valdir, ao PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 018/90, que altera a denominação da atual Av. Edvaldo
Pereira Paiva para Av. Elis Regina.
PROC.
Nº 2695/91 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 049/91, de autoria do Ver. Leão de Medeiros, que
concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Jorge Guilherme
Bertschinger.
PROC.
Nº 2037/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 172/91, de autoria do Ver.
José Alvarenga, que obriga as empresas operadoras do sistema de transporte
coletivo a fornecerem à SMT a relação dos veículos em operação por linha e dá
outras providências.
PROC.
Nº 1029/91 – SUBSTITUTIVO Nº 01, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO
Nº 018/91, ambos do Ver. Clovis Ilgenfritz, que define critérios para o
Programa de Regionalização e Descentralização Administrativa, nos termos do
art. 201 da Lei Orgânica Municipal, e dá outras providências.
3ª SESSÃO
PROC.
Nº 2551/91 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 011/91, que institui a Taxa de
Transporte Coletivo no Município de Porto Alegre e dá outras providências.
PROC.
Nº 2606/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 221/91, de autoria do Ver. Cyro
Martini, que denomina Avenida Joaquim Porto Villanova um logradouro irregular
localizado no Loteamento Jardim Guanabara.
PROC.
Nº 2639/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 228/91, de autoria do Ver.
Dilamar Machado, que denomina Rua Pedro de Lima Hornes (Pepê Hornes) um
logradouro público, localizado no Loteamento Residencial M.B.M.
PROC.
Nº 2575/91 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 045/91, de autoria do Ver. Wilson Santos, que
concede o título honorífico de Cidadão emérito ao Senhor Paulo Marsiaj
Oliveira.
PROC.
Nº 2620/91 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 051/91, que declara de
utilidade pública o clube de Mães Jardim Cascata.
PROC.
Nº 2621/91 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 052/91, que declara de
utilidade pública o Clube de Mães Vila Nova
PROC.
Nº 2618/91 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 049/91, que autoriza o
Executivo Municipal a abrir crédito suplementar no valor de Cr$ 200.000.000,00
e dá outras providências.
PROC.
Nº 2619/91 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 050/91, que autoriza o Executivo
Municipal a abrir crédito suplementar no valor de Cr$ 125.000.000,00 e dá
outras providências.
PROC.
Nº 2556/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 206/91, de autoria do Ver. Luiz
Braz, que denomina Praça Antão Abade das Chagas um logradouro público, no
Loteamento Castelo Branco, Bairro Farrapos.
PROC.
Nº 2549/91 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 009/91, que altera a Tabela
Anexa à Lei Complementar nº 213, de 28 de dezembro de 1989.
PROC.
Nº 2550/91 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 010/91, que estabelece o
reajuste do Imposto Predial e Territorial Urbano para o exercício de 1992. Com
Emendas.
O SR. PRESIDENTE: Na discussão especial do Orçamento, na 5ª Sessão, não há inscritos. Na
discussão preliminar de Pauta também não há inscritos. Vencidas, portanto, as
duas Pautas do dia de hoje.
Solicito ao Sr. 1º Secretário que
proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para verificação de “quorum”.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Após proceder à chamada.) Há 24 Vereadores presentes, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: A seguir, constatada a existência de “quorum”, passamos à
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. Nº 0593/91 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 005/91, de autoria do Ver. Luiz Braz, que concede o título honorífico de Cidadão
Emérito aos Bacharéis Gesner Vianei Alburquerque Vasconcelos, Luiz Irineu
Albuquerque Vasconcelos e Justino Albuquerque Vasconcelos.
Pareceres:
- da CJR. Relator
Ver. Vicente Dutra: pela aprovação;
- da CEC. Relator Ver. Vieira da Cunha: pela
aprovação.
O SR. GERT SCHINKE
(Requerimento): Sr. Presidente, solicito à Presidência, com base no
art. 81, § 2º, o tempo de 10 minutos para fazer uma intervenção.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Gert Schinke, dentro da Ordem do Dia não cabe esse Requerimento,
tem que ser antes da Ordem do Dia. Nós poderemos atender a V. Exª, tão logo
vencida a Ordem do Dia.
Em discussão o PR nº 005/91 -
Proc. nº 593/91. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Luiz Braz, solicitando
seja o PR nº 005/91 - Proc. 593/91 dispensado de distribuição em avulsos e
interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
O SR. PRESIDENTE: PLE nº 042/91, Proc. nº 2500/91. Não existindo Parecer em relação às
Emendas nºs 02 e 03, há necessidade de Reunião Conjunta para
aprovação do Parecer do Ver. Airto Ferronato, em relação às Emendas nºs
02 e 03.
Então, nós suspendemos os
trabalhos para a votação, por parte da Reunião Conjunta da CJR e CFO e do
Parecer Conjunto do Ver. Airto Ferronato.
Estão suspensos os trabalhos, nos
termos do art. 84, III, do Regimento Interno.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h51min.)
O SR. PRESIDENTE (às
15h02min): Reabrimos os trabalhos.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO –
URGÊNCIA
PROC. Nº 2500/91 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
042/91, que autoriza o Poder Executivo Municipal a
contratar financiamento com a Caixa Econômica Federal - CEF, e oferecer
garantias e dá outras providências. Com Emendas nºs 02 e 03.
Parecer
Conjunto:
- da CJR e CFO.
Relator Geral Vereador Airto Ferronato: pela aprovação do Projeto e das Emendas
nºs 02 e 03.
O SR. PRESIDENTE: Discussão Geral do PLE nº 042/91 - Proc. nº 2500/91, agora com as
Emendas nºs 02, 03 e 04, cujos Pareceres são favoráveis da parte do
Ver. Airto Ferronato e aprovados pelas Comissões Conjuntas: CJR e CFO.
Com a palavra o Ver. Wilton
Araújo.
O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, este é um Pedido de Autorização do
Executivo Municipal para contratar financiamento na ordem de três bilhões de
cruzeiros. Pedi vistas do processo para melhor entendê-lo nos detalhes. E este
Processo tem detalhes importantes. Tem prazo de amortização de duzentos e
dezesseis meses, tem carência para início de pagamento. A atual Administração
não desembolsará nenhum centavo no decurso da sua administração, mas vai deixar
uma boa dívida para a próxima Administração: três bilhões. E mais do que isso,
senhores, pede a autorização para a Câmara dos representantes de Porto Alegre,
mas não respeita esta Casa. Pede autorização, mas não vem com a vênia
necessária que a Casa se impõe porque, sem essa autorização para contratar, o
Executivo não poderá contratar; não terá condições de pegar esse dinheiro.
“Deixa o bigode trabalhar”. Diz o Ver. Adroaldo Corrêa, em aparte não
concedido, mas faço de forma oficial, Vereador, pelo microfone - “Deixa o
bigode trabalhar”. Mas como o bigode anda rápido, mas como o bigode aprendeu
depressa as coisas da politicagem, porque mesmo antes de passar por esta Casa o
pedido de autorização, pasmem, Srs. Vereadores, conforme “Zero-Hora” de hoje,
“ZH Zona Norte”, o Prefeito Olívio Dutra - ou o bigode, como prefere o Ver.
Adroaldo Corrêa - já está fazendo politicagem na Vila: “Prefeito Olívio Dutra
lança mais uma obra”. A maioria das ruas da Vila Santa Rosa será pavimentada
até junho do ano que vem, são oito quilômetros de asfalto e um custo estimado
em quinhentos milhões com financiamento da Caixa Econômica Federal que não
está, sequer, aprovado pela Casa a contratar. Certamente o presidente do
diretório metropolitano do PT estaria presente nesse ato, acredito que não
poderia faltar em ato de tamanha magnitude. Mas isso é politicagem! Vamos fazer
coisa séria no Município! Olha, aí estão as vilas, aqui está o lançamento
dizendo que obras já teriam sido iniciadas, vejam bem! Vamos com calma. Vamos,
aqui, fazer coisa séria na Casa; vamos discutir onde serão as prioridades de
utilização desse dinheiro com a Casa dos representantes de Porto alegre: de
emprego, de pavimentação, etc. Vamos trazer as coisas antes para cá para haver
uma discussão ampla, boa, aberta, transparente como gostam de dizer, mas, antes
de passar aqui, já estão anunciando lá. Assim não dá.
O Sr. Omar Ferri: V. Exª permite um aparte? (assentimento do orador.) Para colaborar com o
discurso de V. Exª, o Prefeito Municipal está invertendo a democracia. Ele ouve
a comunidade, nesse tal de Orçamento Participativo, e faz mistério com relação
à Câmara de Vereadores, que é, em última análise, quem dá a palavra final para
o planejamento do Executivo Municipal.
O SR. WILSON ARAÚJO: V. Exª tem razão. Eu acho que isto está se tornando uma prática. Ao
invés do orçamento ser participativo e dele nós tirarmos proveito, ao invés da
questão das pavimentações passarem por todos os canais democráticos da Cidade e
chegarem a esta Casa para estudo, reflexão, e, aí sim, decisão, não, as coisas
são primeiro anunciadas lá. Imaginem, se um ano antes da eleição já está
acontecendo isso, o que vai ser no ano que vem? Um Deus nos acuda. Vamos
devagar, com calma, porque a Casa precisa ser respeitada antes. Vi a relação
das ruas que vieram rapidamente, com a pressa que é característica do PT, nesta
Casa, pois lá fora, a pressa não é essa, é diferente, mas, aqui, quando entra,
tem que sair quase que imediatamente, já era para ter sido votada na semana
passada, na urgência, mas me detive, analisei, pedi vistas do processo, e as
ruas a serem pavimentadas obviamente necessitam dessa pavimentação. Mas por que
não discutir com a Casa isto, também? Por que a Casa do Povo de Porto alegre, -
que autoriza contratar depois vai autorizar o contrato, ou não -, não pode ser
ouvida antes, quando da escolha das ruas a serem pavimentadas? Quem melhor do
que nós, quem melhor do que esta colenda Casa para saber? Cada um em seu
Bairro, ou em toda a Cidade, como é a minha característica, para saber onde
melhor aplicarmos os 3 bilhões. Por que a onipotência do Executivo em só ele
determinar isso? Por quê? Pergunto.
O Sr. Leão de
Medeiros: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
O que chama atenção, na denominada sociedade participativa, confeccionou o
Orçamento, não cogitou a representação maior desta Cidade, que são os
Vereadores desta Casa. É lamentável que num Projeto em que se repassam dívidas
por 18 anos, a Casa não foi cogitada, quando ousam falar em Orçamento
Participativo.
O SR. WILTON ARAÚJO: Este Processo, dito participativo, do orçamento, é mais um engodo que a
Administração, a autodenominada Popular, faz com a população de Porto Alegre. Outdoors
nas ruas, na televisão, mas aquilo que queremos ver foi objetivamente colocado
no Orçamento? Não, não foi colocado. Infelizmente a alocação de recursos está
equivocada. Mais uma vez querem empurrar a coisa feita, já julgada, o que esta
Casa não deve permitir. Neste caso, existia uma Emenda, a Emenda nº 01, mas foi
retirada. Até sugiro à Liderança do PDT que seja reapresentada, dado que já foi
subscrita por diversas Lideranças. Só com ela se conseguiria frear essa vontade
do Executivo em empurrar goela abaixo da Câmara coisas que não queremos e não
podemos fazer. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato está com a palavra.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, entendemos, como
entende o Ver. Wilton Araújo que, na verdade, seria oportuno, inteligente e até
simpático da parte do Executivo Municipal que projetos da ordem deste, a Câmara
também tivesse uma participação maior até para uma responsabilização maior por
parte dos Srs. Vereadores. Porque, como sempre desta tribuna defendi e sempre
vou defender, um orçamento participativo, ou seja, a discussão pela Cidade, por
toda a Cidade, das questões prioritárias das verbas. Aliás, há muito eu queria
dizer que esta sistemática de participação da comunidade não é uma iniciativa
do PT; é uma iniciativa do PMDB, do Governador Pedro Simon, quando instituiu em
Porto Alegre aquele projeto da Metroplan “Ação nas Vilas”. Temos que colocar
essa observação.
Com relação a este processo em
si, eu gostaria de alertar para alguma coisa que li na “Zero Hora”, pág. 53, do
dia 18 de outubro deste ano. Diz o seguinte, é um edital de uma página:
“Pavimentação da Estrada Campo
Novo; infra-estrutura e pavimentação da rua Dona Malvina; infra-estrutura e
pavimentação da Rua Arapeí; infra-estrutura e pavimentação da Rua Dona
Cristina; infra-estrutura e pavimentação da Estrada dos Alpes; infra-estrutura
e pavimentação da Rua “B”, Jardim Renascença; infra-estrutura e pavimentação da
Estrada São Francisco; infra-estrutura da Rua Dona Otília; infra-estrutura e
pavimentação da rua Otávio de Souza; infra-estrutura e pavimentação da Rua Martim
Afonso; infra-estrutura e pavimentação da Rua Guaíba; infra-estrutura e
pavimentação da Rua Silveiro; infra-estrutura e pavimentação da rua Ascensão”.
Todas essas obras de pavimentação
têm por financiamento o fundo PIMES e diz o seguinte:
“A vida começa a mudar”.
“Administração Popular”. “Secretaria Municipal de Obras e Viação”. “Mais 14
frentes abertas, decididas pela comunidade; há 35 anos em média, a população
reivindica pavimentação de ruas na periferia da Cidade. E agora a Administração
Popular está concluindo a 1ª etapa, que são 14 Km”.
Eu gostaria de deixar registrado
que a Administração Popular está concluindo pavimentação com verbas do fundo
PIMES, implantado no Rio Grande do Sul pelo Governador Pedro Simon, e isto é
oportuno para o bem da verdade que a Administração Popular que tem consumido
uma série de recursos em publicidade, que também defina com clareza e mostre
como esses recursos estão chegando lá na pavimentação comunitária, para não se
iludir, para não se embrulhar a população de Porto alegre. Nós temos que
mostrar com clareza as origens destes recursos para não dizer que é apenas a
Administração Popular que por si só é que está fazendo este tipo de coisa. A
Câmara tem participado ativamente e eu falo pelo meu Governo anterior, participamos
também, gastamos muito dinheiro em publicidade e nós temos que colocar a
verdade para que a população saiba que se a Administração Popular está fazendo,
também todos os partidos que compõem esta Casa estão juntos para ajudar a
fazer, porque senão não vai ter graça este tipo de história. Está na hora de
modificar este tipo de comportamento com relação à publicidade tão mal falada
na época em que a Administração Popular era oposição. Não podemos ficar calados
com este tipo de coisa, vamos colocar que o Fundo PIMES foi Projeto implantado
pelo Governador Simon e que está contribuindo em muito com a Cidade de Porto
Alegre e com a Administração Popular, especialmente com o Partido dos
Trabalhadores. É a última vez que isto acontece, porque não estou gostando disso.
O Sr. Wilton Araújo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, exatamente
a indignação que V. Exª sente é a mesma que eu sinto, porque assim como o
Governador Pedro Simon, em hora sábia acertada, criou esse fundo, desenvolveu
esse fundo. Hoje, o Governo do Estado, nas mãos do meu Partido, com o
Governador Alceu Collares é quem repassou os recursos e é nessa fúria
eleitoreira, mentirosa, e não transparente que o PT vem a mentir para a Cidade
de Porto Alegre e seus habitantes, criando uma grande onda de realizações com o
dinheiro e com o chapéu dos outros.
O SR. AIRTO
FERRONATO: E até nas Administrações posteriores, que serão
responsáveis pelo pagamento. Então vai ficar a Administração Popular como a
grande fazedora de obras e as outras Administrações como a do PMDB, vai ficar
com uma grande pagadora das obras de Governos anteriores. Isto tem que ser
colocado com muita clareza.
O Sr. Leão de
Medeiros: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
E o que é mais curioso, não dizem que este chapéu alheio é do próprio
Presidente Collor, não é? Por que esse dinheiro todo, Caixa Econômica Federal,
é o Governo da União aquele que é responsabilizado pela Administração do PT,
pelas mazelas deste País. Quer dizer mais uma incoerência que a gente não
consegue entender.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Feitas estas observações, eu peço para que a
Administração popular, quando colocar estas divulgações, coloque com clareza
quem é que está contribuindo, como é que se compõem este fundo, as aplicações,
que coloquem do mesmo tamanho de letra já serve, não precisa ser maior. Com
relação a proposta em si, o Projeto da Caixa Econômica, eu como relator do
Projeto sou favorável, acho que nós devemos votar o mais depressa possível,
porque sempre fui e sempre vou ser favorável, independentemente de que partido
venha todo e qualquer projeto que traga recurso para a Cidade de Porto Alegre,
desde que depois se diga também como foi composto este fundo para que a
população não tenha uma visão distorcida dos vácuos da situação, da composição,
quem participou. Porque eu já fui convidado, Srs. Vereadores. Eu já participei
de inauguração de obras da Administração Popular, apenas Prefeito,
Vice-Prefeito e os Srs. Secretários, sequer vereadores do PT presentes falam,
porque não deixam. Tem que abrir espaço para esta Câmara mostrar que também
participa, com responsabilidade, com seriedade, na busca de solução de
problemas para essa Cidade. Não acho que o PMDB seja melhor do que ninguém,
porque não é, mas não vejo outro partido melhor, sob nenhuma hipótese. Estamos
todos no mesmo baile, com nossos defeitos e nossas virtudes. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Tem a palavra o Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nenhum Vereador
desta Casa pode, ao criticar o Projeto que estamos discutindo, dizer que as
obras que estão sendo propostas não sejam obras necessárias. Acredito que todas
as obras que estão colocadas no Projeto sejam obras necessárias. O que não
podemos, de forma alguma dizer, é que essas obras, na sua maioria, sejam
prioritárias, até por que, há questão de uma semana, tomamos conhecimento do
rol das ruas a serem pavimentadas. Agora, na semana passada, os Vereadores
entravam em contato com o rol dessas ruas.
Então,
fica muito difícil realmente para o Vereador dizer se essas ruas propostas pela
Administração da Frente Popular são as que, na verdade, deveriam receber a
prioridade. Estive ouvindo o primeiro orador, Ver. Wilton Araújo, e S. Exª
estava dizendo que neste processo nós estávamos praticamente sendo levados de
roldão, porque a Administração Popular já divulga nos meios de comunicação e
tem como certa a aprovação do Projeto para a pavimentação dessas ruas.
Imaginem
se fôssemos negar, hoje, o contrato de três bilhões? Estaríamos causando um
pandemônio em toda a Cidade, porque a Cidade se voltaria contra a Câmara de
Vereadores, principalmente essas regiões que irão receber esses benefícios. E
nós vamos, daqui a pouquinho, Ver. João Dib, votar um outro Projeto ao qual
também fomos levados de roldão. Parece que já é uma política utilizada pela
Administração da Frente Popular desconhecer a Câmara; a Câmara vem apenas para
consolidar aquilo que já está feito, ou seja, as escolas infantis que nós vamos
votar daqui a pouquinho e que já estão em funcionamento.
O nosso
voto não vai adiantar muito nesse caso. Se porventura votarmos favoravelmente
ao Projeto, estaremos apenas consolidando algo que já existe, se votarmos
contrariamente ao Projeto, não sei como a coisa vai ficar, porque as escolas
infantis já estão em funcionamento. Tanto é que na última vez em que fizemos
uma reunião com relação as Casas da Criança, o maior número de pessoas que nós
recebemos na nossa Comissão foi de diretores, professores e integrantes desse programa
Casas da Criança. Agora, volto ao Projeto em Pauta. Votar contra esse Projeto,
como é que podemos? Todas essas localidades já estão avisadas, já estão na
expectativa e estão esperando apenas que essas melhorias cheguem lá. Elas não
querem nem saber se a Câmara está votando, se precisa votar ou se não vai
votar. E uma dessas ruas realmente há muito tempo está esperando pavimentação,
está esperando que algo seja feito em prol dela, que a Av. Antônio de Carvalho,
no Beco do Carvalho, essa talvez, entre todas as obras, seria uma das obras que
nenhum Vereador aqui nesta Casa poderia falar nada contra. A pavimentação é
indispensável, ali no Beco do Carvalho.
Agora,
quanto as outras, talvez todos nós pudéssemos ter algum tipo de prioridade a
ser apontada, mas a Administração da Frente Popular resolveu fazer tudo
desconhecendo a Câmara mais uma vez, porque se os Vereadores têm memória e os
Vereadores têm muita memória aqui nesta Casa, podem se lembrar que desde o
início da Administração da Frente Popular houve praticamente um desconhecimento
da Câmara. A Câmara praticamente não foi levada a sério, desde o início, talvez
a Administração da Frente Popular se lembrasse da Câmara e viesse aqui negociar
com a Câmara por volta da Reforma Tributária. Naquela época da Reforma
Tributária, é que essa Câmara foi consultada, até porque tinha que ser, porque
senão o Projeto não passava da forma como passou. Então, só naquela época é que
essa Câmara foi levada a sério pela Administração do PT. Todas as outras vezes
nós fomos completamente esquecidos. As ruas, por exemplo, lá da Vila Santa
Rosa, há questão de três ou quatro meses, - o Ver. José Valdir talvez tenha
tomado conhecimento, porque é dessa região - e eu já fazia um pronunciamento
desta tribuna, dizendo o porque que as ruas daquela região do Ver. José Valdir,
todas elas estavam merecendo benefícios e as outras ruas das outras regiões,
nós tínhamos uma certa dificuldade para endereçar recursos, será que naquela
região do Ver. José Valdir, ele pode ser orientador das verbas que vão ser
colocadas naquela região, será que é isto? E nós que somos os orientadores das
outras regiões da Cidade não temos esta condição de sermos os orientadores
também em nome de nossa comunidade. Aí é aquela vantagem que o PT antigamente
criticava do Vereador da Situação, o Vereador da Situação levar uma vantagem
enorme quando estes grandes financiamentos são colocados a disposição da
comunidade, três milhões de cruzeiros que serão gastos, por exemplo, na região
da Grande Cruzeiro, onde o meu amigo, Luiz Alberto Negrinho, a quem eu saúdo
tem uma grande liderança. Eu duvido, Ver. Negrinho, que por ventura V. Exª
tenha sido contatado por alguma autoridade da Frente Popular para saber se
naquela região, esta ou aquela rua seria prioritária para receber pavimentação.
Não recebeu, tenho certeza que ninguém entrou em contato com V. Exª, como
também na região do Partenon, onde nós atuamos bastante, ou na região de
Teresópolis, onde nós temos algum tipo de liderança, nós não recebemos nenhum
tipo de contato da Administração da Frente Popular para saber se nesta ou
naquela rua deveria existir uma certa prioridade para colocação dessa
pavimentação. Ver. Luiz Machado, lá na Restinga, duvido que tenham contatado
com V. Exª para saber qual rua na Restinga que na verdade mereceria essa
prioridade. E V. Exª é uma das lideranças da Restinga. O que será que o PT tem
contra os grandes das diversas regiões da Cidade. Porque só os grandes líderes,
só os Vereadores do PT, é que merecem esta distinção de serem consultados para
saberem se na sua região esta ou aquela rua merece prioridade.
O Sr. Luiz Machado: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Estou atento ao seu pronunciamento e diria o seguinte: não vou ser
radical quanto à Administração Municipal, porque há coisas dentro da comunidade
que eles têm feito. Só que reconheço que aquelas reivindicações que o Vereador
tenta encaminhar, geralmente, a Administração Pública diz que mandem pela
comunidade e não encaminhem junto ao Vereador. Ou seja, a comunidade que correr
junto com o Vereador leva prejuízo, não será atendida. Isto notei, porque fiz
solicitação para o Bairro Espírito Santo, e o Secretário Burmeister brincou com
esta Casa, brincou com este Vereador, fez deboche, porque levei lá associações
de bairro, levei pessoas, e ele garantiu resolver o problema e até hoje, faz um
ano e a comunidade continua falando. Só que ele diz o seguinte: “temos
equipamento de sobra para atender as reivindicações”. Até hoje não fez. Quando
vai com Vereador, não vai bem, a comunidade tem que ir sozinha. É um desgaste
para esta Casa. Os Vereadores não têm valores quando caminham junto com o povo.
O SR. LUIZ BRAZ: Para encerrar, quero dizer que destes 3
bilhões de cruzeiros contratados, praticamente 1 bilhão poderia ser rapidamente
devolvido para a Caixa Econômica Federal. E como? É só fazer com que aqueles
900 milhões que serão destinados em 1992 para propaganda e publicidade, possam
ser remetidos para pagar esta conta. É fácil, muito simples. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
se eu fosse Prefeito não teria coragem de encaminhar tal Processo à Câmara
Municipal para exame. Acho que é uma falta de ética, uma falta de dignidade encaminhar
tal Projeto de Lei. Algumas obras tem que ser feitas na Cidade, e se faz
endividamento da Prefeitura para aquelas obras que interessem a toda a Cidade,
como por exemplo, está dentro deste Projeto a Av. Antônio de Carvalho, eu
admitiria, sem dúvida nenhuma, que se fizesse um empréstimo para pagar no
futuro, porque é uma obra que atende, não aos moradores da Antônio de Carvalho,
também a eles, mas atende a toda Cidade. Eu não mandaria de forma nenhuma para
pagar com carência, para que os prefeitos depois de mim pagassem. Agora, quero
dizer a V. Exas, Srs. Vereadores, jamais vi um Projeto tão indecente
entrar nesta Casa, porque é realmente desonesta a forma que ele entrou. O Ver.
Luiz Braz diz, que há uma semana, os Vereadores conhecem isso, mas não é
verdade. A semana passada eu reclamei que esse empréstimo não poderia ser feito
e não deveria ser feito, então recebi a visita do Secretário do Governo e seus
assessores para que me orientassem sobre ele, mas não tiveram a dignidade de me
trazerem uma cópia deste Projeto. O Ver. Nereu D’Ávila recebeu o Projeto na
sexta-feira de manhã, e foi o primeiro a vê-lo nesta Câmara. Este Projeto não
poderia ter dado entrada na Casa. Para que a Câmara pudesse discutir com
consciência, - sem que isso que está pronto para ser entregue à Caixa Econômica
Federal fosse submetido a nós - porque eu não posso admitir que uma vila não
aprovada na Prefeitura receba pavimentação nas suas ruas e outras ruas que
pagam impostos regularmente não venham a receber pavimentação, nós estaremos
endossando as barbaridades do Executivo Municipal. Ruas que estão em loteamento
não aprovados pela Prefeitura, estão, aqui, para ser pavimentadas, ruas que há
30 anos, na Vila São José, esperam pavimentação, não serão pavimentadas. E, na
verdade, a publicidade, que é o que eles entendem mesmo, poderia-se fazer com
novecentos milhões, muitas das ruas aí anotadas. Na semana passada eu li, aqui,
um pedaço de um informe muito especial da Administração Popular. Administração
Popular que por estudo deles diz o seguinte: “A Administração Popular está há
14 meses das eleições municipais com uma imagem suficiente para a disputa
política”. São inteligentes, são hábeis, tenho afirmado que são honestos e
estou colocando dúvidas nessa honestidade porque deveriam ter-me entregue, no
mínimo, uma cópia desse trabalho, recebi ontem. Mais de 50% da população com
até três salários-mínimos e meio é beneficiada com a maioria dos investimentos
da PMPA, considera a Administração Popular pior do que os Governos anteriores, enquanto
as camadas média e alta, na sua maioria, avaliam positivamente a Administração
Popular. Claro, com essas obras, e eles pretendem gastar 2% do Orçamento,
pretendem, pelo menos, as insinuações dos seus técnicos é de que se gaste 2% do
Orçamento com publicidade, mas que melhor publicidade, ruas de cem metros que
atendem 120 pessoas; ruas de trezentos metros que atendem 50 pessoas, para quê?
Aumento dos recursos financeiros disponíveis à comunicação para 2% do Orçamento
global de 1992. Aumento dos recursos alocados para o Gabinete do Prefeito,
previsão de recursos financeiros nos projetos para divulgação. Eles têm um belo
trabalho para divulgação, mas nos tratam com toda a desonestidade, fazem até
uma publicidade muito bem produzida, no horário nobre de televisão. Há a
coragem de mudar saudando o servidor municipal, mas não têm a coragem de pagar,
e, até num documento que me encaminharam por causa das ruas a serem
pavimentadas, mostram que devem gastar 62,75% ao longo de 1991 para adequar-se
aos 65,93%. Mas os dados que eles nos fornecem desmentem os números que eles
assinam aqui. Mas em matéria de publicidade eles são perfeitos. Eu acho que
esta Casa foi mais uma vez desconsiderada; desconsiderada quando as Lideranças
não foram recebidas pelo Prefeito; desconsiderada quando por 20 a 6 nós votamos
aqui que ele tinha que pagar os servidores municipais; desconsiderada quando
nós dissemos que Lei Complementar não se modifica com Lei Orgânica. E quando
nós dissemos que o ato jurídico perfeito e acabado sob uma legislação, não pode
ser modificado por outro. E ele tranqüilamente modificou e nos desrespeita. E
agora sim, desrespeito máximo: quer que nós déssemos a ele, para que outros
cinco Prefeitos paguem, 3 bilhões de cruzeiros e não nos diz onde é que vai ser
usado. Só estamos com o documento em mãos, porque reclamamos se não nós não
teríamos visto. E esta estória de nos jogar contra a Cidade não é novidade,
porque aqui ele chama a Câmara de instrumento, nesse trabalho da publicidade
deles. Nós somos o instrumento dele, e agora ele está tentando mais uma vez nos
fazer de instrumento. Eu acho que a Casa, por dignidade, deveria, no mínimo,
repensar muito bem o que está sendo pedido agora. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Dilamar Machado.
O SR. DILAMAR
MACHADO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, eu acho que analisar um Projeto dessa natureza está muito
relacionado com a ótica de quem tem a responsabilidade de votá-lo. Eu discordo,
por exemplo, frontalmente, da posição do Ver. Dib, embora o respeite e o tenha
permanentemente arrolado como um dos amigos mais fraternos que tenho, e um
homem de bem. Mas discordo da posição do Ver. Dib. Eu acho que nós, Vereadores,
quando recebemos do povo de Porto Alegre um mandato, nós assumimos nesta Casa
uma responsabilidade paralela à do Prefeito. A pessoa lá da vila, por mais
pobre e mais humilde, quando elege o Prefeito e o Vereador, tem esperanças de
que aquela pessoa, no Executivo ou Legislativo, ao tomar decisões o faça em
nome do povo e não em nome de pequenos interesses. Quero deixar claro, e vou
expor as razões.
Vou
votar a favor desta autorização ao Sr. Prefeito. Como, em segunda, vou votar
favoravelmente ao Projeto que prevê a criação das escolas infantis, que vai
resolver a situação que atualmente é caótica em várias Casas da Criança, que
hoje se transformaram em creches as quais até hoje, não têm o apoio do
Executivo por falta de legislação que regule a matéria. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE: Informo à assistência que, conforme o nosso
Regimento Interno, não são permitidas manifestações. Solicito aos nossos
visitantes que nos ajudem a cumprir o Regimento.
O SR. DILAMAR
MACHADO: A Caixa se propõe
emprestar ao Município de Porto Alegre, não ao Prefeito, ao povo desta Cidade,
três bilhões de cruzeiros, a valores de agosto, hoje, seriam quatro bilhões de
cruzeiros, a valores de agosto, hoje, seriam quatro bilhões de cruzeiros, para
pavimentar ruas de Porto Alegre. Atualmente em Porto Alegre há quase 400
quilômetros de ruas não-pavimentadas. É um drama. É quase a distância daqui a
Rio Grande, a São Gabriel.
Pergunto:
será que com essa ciranda financeira, com o dólar que está sendo comprado com o
dinheiro da poupança - uma psicose tomou conta do País e o bolicheiro ou o
motorista acham que é o grande negócio do momento - com isso a Caixa terá dez
mil cruzeiros para emprestar para Porto Alegre?
Fui
diretor do DEMHAB e durante um ano e meio lutei desesperadamente com a Caixa
Econômica para conseguir recursos para colocar saneamento básico em 110 vilas
da Cidade. Consegui escassos recursos para fazer o conjunto Guapuruvu e outras
obras. Mas temos aqui uma proposta concreta. O Governo Federal vai entregar
dinheiro ao Município, a juros de 12% ao ano, quando os juros estão sendo
cobrados a 40% ao mês, Ver. João Dib. Sob certo aspecto concordo com V. Exª,
pelo fato de o Prefeito Olívio Dutra não estar sendo um padrão de gentleman
com esta Casa. Mas nem por isso vamos responder na mesma moeda.
Rejeitar
este Projeto seria uma medida tremendamente pequena, que não iria engrandecer
em nada o Legislativo da Cidade.
Eu
queria apenas citar algumas vias que serão pavimentadas, por onde transitei a
vida toda, por exemplo, a N. Srª do Bonfim, na Vila N. Srª Aparecida. Só quem
já foi lá sabe o drama da N. Srª Aparecida. É uma rua cheia de buracos, poeira
e barro. Vejo aqui o Beco João Paris, a Volta da Cobra, um quilômetro e meio de
pavimentação, aspiração de mais de vinte anos daqueles moradores do Partenon,
Beco do Sebo, todas as vias que irão ser pavimentadas.
É claro que não é o Prefeito Olívio Dutra que
vai pagar. Mas não interessa se é o Prefeito que paga ou é a população que
paga, porque é sempre a população que paga; se é este Prefeito ou se é o futuro
Prefeito ou é o povo, porque é sempre o povo que paga.
O Sr. Omar Ferri: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Digo preliminarmente que nada tenho quanto ao mérito e objetivos deste
Projeto de Lei do Executivo. Mas vejam o que vai acontecer. Segundo
informações, Ver. João Dib, este financiamento terá um prazo de carência,
portanto, esta Administração vai pagar praticamente nada. São 216 meses que
correspondem há 18 anos, e as quantias vão ter que ser consignadas no orçamento
normal e no orçamento plurianual e, portanto, as outras Administrações terão
que arcar com o ônus do pagamento deste empréstimo. Este é o detalhe que me
preocupa, são dívidas que vão ser relegadas a outros administradores para que
esses paguem os gastos desta Administração.
O SR. DILAMAR
MACHADO: Ver. Omar Ferri, quando o
Prefeito Collares assumiu ele também tinha dívidas de outras Administrações.
Isso faz parte da Administração Pública. Seria um absurdo que criássemos um
mecanismo para que quando o Prefeito saísse não ficasse devendo nada, do
contrário, não se faz nada neste País.
O Sr. José Valdir: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Vereador, eu queria fazer este aparte para esclarecer porque está se
falando muito no calçamento da Vila Santa Rosa, que seria favoritismo e não é
nada disto. Este Projeto, a bem da verdade, quem iniciou foi a Administração do
PDT ou mesmo a Administração anterior, eu sei que V. Exª quando foi diretor do
DEMHAB tentou de várias maneiras conseguir destrancar este Projeto junto a
Caixa Econômica Federal e, devido, quem sabe, a todas as atrapalhações de ordem
burocrática não conseguiu e nós continuamos neste afã de destrancar este
Projeto, que inclusive não foi a nossa Administração que iniciou, talvez até na
época em que V. Exª era diretor do DEMHAB. Acho que não procede, é tremendamente
injusto e tremendamente mal colocado o exemplo que querem dar para mostrar que
estaria havendo favoritismo ou coisa deste tipo, neste Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Dilamar Machado o seu tempo está esgotando, o Ver. João Bosco,
inscreveu-se e cede o tempo a V. Exª por mais 10 minutos.
O SR. DILAMAR MACHADO: Eu agradeço ao ilustre
Ver. João Bosco, e antes de conceder o aparte ao Ver. Dib, eu quero fazer até
instado pelo Ver. José Valdir, o registro histórico da pavimentação da Santa
Rosa. O Vereador tem razão. Quando eu assumi o Departamento Municipal de
Habitação havia um contrato já com duas empreiteiras para a pavimentação da
Vila Santa Rosa, Projeto que vinha do tempo da Administração Dib, ocorre que
ainda do tempo do Ver. Zanellla, inclusive no DEMHAB quando o contrato foi
assinado, a nação brasileira foi sacudida pelo chamado Plano Cruzado, alteração
de moeda, extinção do Banco Nacional de Habitação, e o Projeto de pavimentação
da Vila Santa Rosa ficou inviabilizado financeiramente. Eu fui obrigado e para
tanto ouvi as lideranças da Vila Santa Rosa, recordo que o companheiro
Virgílio, que era o Presidente da Associação, estava presente, acho que o Ver.
José Valdir, pela nova Gleba, e outras Lideranças inclusive do PDT e de outros
Partidos, eu expliquei que não tinha como fazer a não ser revogar aquela
concorrência. Revogada, eu fiz nova concorrência e o Processo foi andando, e se
hoje, a Administração do PT conseguiu concluir este Processo e vai receber os
recursos eu só posso dar os parabéns à Administração de V. Exª, ao povo da Vila
Santa Rosa, da Vila Ramos, da Vila da Páscoa, da Fraternidade, da Dutra Jardim,
de toda aquela sofrida região da Zona Norte. Indiscutivelmente a pavimentação
daquela região é uma aspiração e um sonho de uma comunidade inteira.
O Sr. João Dib: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Dilamar Machado, eu disse que se
eu fosse Prefeito eu não faria esse tipo de empréstimo a não ser para fazer a
Av. Antônio de Carvalho. Não há na história da Prefeitura alguma vez que alguém
tenha feito tal tipo de empréstimo. Mas vou lembrar a V. Exª que o Prefeito
Alceu Collares tem sido criticado pela Administração Popular, e pela Bancada da
Administração Popular, porque fez a Edivaldo Pereira Paiva que é uma avenida
para toda a Zona Sul.
O SR. DILAMAR MACHADO: Concordo com V. Exª e
discordo das críticas do companheiro do PT. Indiscutivelmente, essa avenida é
um dos grandes projetos - que, aliás, o PT desconhece - do Projeto Praia do
Guaíba, de autoria do atual Secretário de Estado Sérgio Debiagi.
Mas vou concluir, já dei o recado que queria dar. Não estou
tomando, sem sombra de dúvidas, uma posição de Bancada, não tenho a orientação
da Liderança do PDT, mas apelo aos companheiros de Bancada - como companheiro,
apenas, de uma Bancada majoritária - para que votem a favor da autorização,
porque é um Projeto bom para a Administração do PT? É bom para a Câmara
Municipal? É, mas fundamentalmente é bom para a Cidade. É um Projeto
abrangente, não se liga apenas à Zona Norte, mas passa pela Zona Leste, vai
para o Partenon, Beco do Carvalho, Lomba do Pinheiro, atende a uma pequena -
mas importante - parcela que está necessitada da pavimentação em suas ruas.
Para concluir, peço aos companheiros do PT que, aprovado
esse Projeto, tentem, junto à Caixa Econômica Federal, através do programa do
PIMES, do mesmo procedimento, recursos para, por exemplo, finalmente pavimentar
aquela estrada que liga a Restinga à Lomba do Pinheiro, à Costa Gama e à
Estrada do Rincão, antigas aspirações da Zona Sul da Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Apregoamos as Emendas nºs 01, 02 e 03. A primeira é de
autoria do Ver. Vieira da Cunha, ratificada pela Liderança do PDT, e as de nºs
02 e 03 são de autoria do Ver. Giovani Gregol. As três Emendas são apostas ao
PLE nº 030/91, Proc. nº 2120/91.
As Emendas ora apregoadas seguem
na Ordem do Dia e serão agora reproduzidas para distribuição dos avulsos aos
Srs. Vereadores.
Não havendo mais inscritos para a
discussão do PLE nº 042/91 - Proc. nº 2500/91, entramos, portanto, em processo
de votação. Para encaminhar, com a palavra o Ver. Nereu D’Ávila, que fala pelo
PDT.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Ouvi com muita
atenção os pronunciamentos a respeito da Discussão Geral e Votação do Projeto
do Executivo, que autoriza o Poder Executivo a fazer financiamento com a Caixa
Econômica Federal no valor de três bilhões de cruzeiros. Inicialmente nós
tínhamos até uma Emenda, juntamente com o Ver. Dib, no sentido de que esta Casa
participasse diretamente dos locais onde seria feita a pavimentação
comunitária. Ocorre que um argumento, o mais forte possível que nos foi
colocado, que esta proposta de financiamento é apêndice para ganhar o
financiamento da Caixa Federal. Então, se a Câmara se avocasse o direito de ela
indicar, como seria até bastante viável, nós inviabilizaríamos o financiamento.
E na verdade, como um todo há críticas procedentes ao Projeto, e eu tenho
algumas, não podemos como legisladores da Cidade e sabendo das carências,
principalmente das populações periféricas, cairmos no outro extremo de negar
pavimentação comunitária. É claro que nós, por exemplo, a maioria dos
Vereadores da nossa Bancada discorda dos critérios usados para a proposta de
financiamento e as ruas privilegiadas. Aqui estão elas, são logradouros da
Região Norte, Região Leste, Região Grande Cruzeiro, Região Grande Partenon, em
parte, e Lomba do Pinheiro, que é Leste, também. E a Região Sul.
A Cidade é só da Cruzeiro para
lá?
Por isto alguns Vereadores, com
justa razão e alguma ira até, se insurgiram contra estes critérios, que também
discordo e endosso. E aqui na exposição de motivos diz o Prefeito: destaco onze
regiões de Porto Alegre, como pólos regionais, objeto da intervenção pretendida
para recuperação urbana. Em primeiro lugar, não são pólos regionais, isto é
excesso de linguagem, é exacerbação lingüística, isto não se vê na proposta de
financiamento. Em segundo lugar ficou uma parte importantíssima da Cidade
ceifada, mutilada da pavimentação, que é a Zona Sul, por exemplo.
Agora, o principal, Srs.
Vereadores, é o seguinte: na relação de documentos para remessa ao Banco
Central do Brasil, para consecução do financiamento com a Caixa Econômica
Federal, tem entre outros, cópia de certidão negativa de débito, certidão de
quitação de tributos federais administrados pela Secretaria da Receita Federal,
cópia de certificado de situação junto ao Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço, e por aí vai. Mas o principal desta relação é a letra e cópia da Lei
autorizativa da operação publicada no Diário Oficial ou outro órgão de
circulação na região. Então, isto quer dizer que, sem a autorização da Câmara
inviabiliza a operação de crédito pela Caixa Federal. Por isso e somente por
isso, Srs. Vereadores, é que nós sabendo da voracidade, além da fiscal essa
Administração tem outra voracidade, a voracidade publicitária. Ainda ontem, eu
via no canal 2, com surpresa, que um dos patrocinadores do programa Guaíba 2, à
noite, é a Secretaria Municipal de Educação. Então, à questão da publicidade eu
apresentei a Emenda nº 04 para que nós não sirvamos de escada para pavimentação
publicitária de largo faturamento político, que esta Câmara e seus 33
Vereadores não sirvam apenas para aprovar e depois esquecerem que a aprovação
só foi possível graças à Casa. Para isso a Emenda nº 04 diz o seguinte: “Fica o
poder Executivo Municipal obrigado, a partir da contratação da operação de
crédito autorizado por esta Lei, a dar ampla publicidade da participação da
Câmara Municipal para consecução do funcionamento, bem como a fixar nas placas
junto as obras tal participação. Eu quero que nas placas conste que esta Casa
foi um dos meios indispensáveis para que 19 regiões desta Cidade tenham
pavimentação comunitária. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Airto Ferronato.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a Bancada do PMDB
vota favorável ao Projeto pela sua importância, pelas condições a que são
oferecidos os recursos para a Prefeitura Municipal. Votamos favoráveis ao
Projeto e somos favoráveis às Emendas apresentadas. E eu estou aproveitando
este período de encaminhamento para mais uma vez dizer aquilo que eu disse
quando da discussão, em breves palavras. Os próximos Projetos desta natureza a
Câmara deverá estar participando juntamente com o Executivo e com as
comunidades na decisão de como se vai implementar esses recursos, onde serão
aplicados esses recursos e quais são as efetivas prioridades do Município de
Porto Alegre pela relevância do que se está aqui decidindo. Segundo lugar, essa
valorização, Ver. Nereu, da Câmara Municipal, é alguma coisa de importante,
necessária e urgente para que a Cidade saiba como efetivamente se aplicam os
recursos e quem participa na decisão dessas aplicações. É outro aspecto
importante, na minha visão. Terceiro lugar, para que a partir dessas
publicidades da Administração Popular se passe a colocar com clareza quem está
executando e como os recursos chegaram à Prefeitura Municipal e, se for o caso,
quem vai pagar. Como é esse o caso, quais as próximas Administrações que irão
pagar? Essas notícias, como a que saiu no jornal recentemente, de todas aquelas
pavimentações comunitárias, dizendo que seria a coragem de mudar da
Administração Popular, na verdade, são recursos buscados e conseguidos pelo
Governo do PMDB, Pedro Simon, é bom que se coloque isso. Por quê? Porque com
isso nós colocamos a verdade das coisas para o conhecimento da população. E a
pior ditadura é a democracia em que se diz uma coisa e, na verdade, é outra.
Nós temos que dizer o que é, como é, e para o que é. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. DÉCIO SCHAUREN:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu quero aqui
repetir o que já disse o Ver. Dilamar Machado: esses recursos são importantes
para o Prefeito, para a Câmara e para a Cidade. É isso que nós temos que ter em
mente. E seria realmente absurdo se nós negássemos esses recursos que Governos
anteriores já lutaram para conseguir e que beneficiaria parcelas
importantíssimas nas áreas mais necessitadas da nossa Cidade. O critério de que
ruas, quero dizer que houve uma discussão na discussão do Orçamento
Participativo, as regiões da Cidade discutiram ruas e discutiram critérios de
importância. Então, se formos analisar as ruas que estão aqui previstas, vamos
ver que na maioria das vezes são ruas que têm linha de ônibus, são ruas que
muitas vezes são acesso principal de uma vila, são ruas que muitas vezes são
acesso a uma escola, posto de saúde e, evidentemente, que esse Projeto que foi
aprovado pela Caixa Econômica Federal, se nós fôssemos mudar, agora, as ruas,
com certeza, nós inviabilizaríamos o empréstimo. Então, queremos encaminhar
favorável e inclusive dizer que concordamos com as Emendas de nºs 02,
03 e 04. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, pelo PFL, o Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu praticamente não participei das
discussões porque eu já tinha uma posição formada desde o início sobre este
Projeto, lá por 1979/80 aprovei na Câmara de Vereadores da época, o Prefeito
era o Villela, uma autorização de endividamento no Senado que tenho a impressão
que está sendo usada até hoje, e, por isso, creio que a Administração deve
receber esses recursos e fazer as obras necessárias. Só fiquei espantado, Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, ao me informarem que uma dessas obras era a
pavimentação da Vila Santa rosa porque há alguns meses eu estive lá onde, com
bandas, com tudo, foi lançada a obra, e tive que escutar um discurso de um
Senhor chamado Virgílio, candidato a Vereador pelo PT, de quase uma hora,
falando mal da Câmara, falando mal dos Vereadores, falando mal da Caixa
Econômica Federal, que estava assinando o contrato. E eu tive que agüentar
quase uma hora aquele discurso. Mas isto não me impedirá de votar a favor do
Projeto. Eu acho que temos que proporcionar esses recursos à Administração, e
cobrar a aplicação correta dessas verbas. Votarei favorável, mas pedindo, por
favor, que em outras assinaturas de contrato não haja uma ofensa às pessoas que
estão concedendo a verba, no caso a Caixa Econômica Federal. E que me evite
também de ouvir um candidato a Vereador, como ouvi naquela vez, por quase uma hora
falar mal do Executivo, da Câmara de Vereadores e de todos aqueles que
participam da vida pública. Votarei a favor, porque, quando fui Diretor-Geral
do DEMHAB, eu pedi um crédito de confiança a esta Câmara de Vereadores, que deu
àquela Administração verbas que foram usadas, autorizadas pelo Senado, por
longo tempo. Eu espero, isto sim, que a Câmara consiga acompanhar efetivamente
a aplicação desses recursos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encaminha, pelo PDS, Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, vou colocar aqui a verdade em relação à
afirmação feita pelo representante do PT, Ver. Décio Schauren. Jamais uma
Administração Municipal pretendeu obter tal tipo de empréstimo, porque ao menos
não é ético, e jamais uma Administração Municipal mandou à Câmara um Projeto
pedindo o empréstimo sem dizer para que obras, e o detalhe das mesmas. Recebi
isto ontem. O Ver. Nereu D’Ávila recebeu na sexta-feira, e quando, na
quinta-feira, eu fui procurado pelo Secretário do Governo, porque havia a
Emenda nº 01, que foi retirada, e pedia que nos mandassem uma relação de ruas,
para que a Câmara também participasse na decisão, S. Exª, o Sr. Secretário
disse-me que não dava mais, porque o Projeto estava pronto. Só não me deu o
Projeto. Realmente está pronto, está razoavelmente bem feito, até que está
veraz, porque, de repente, diz que a rua é de loteamento não-aprovado, quando
há 150 quilômetros de loteamentos aprovados, oficiais, que não estão
pavimentados e não constam aqui. Destas ruas todas, deste Projeto todo, apenas
entendo correto, justo, legal e lícito, a Av. Antônio de Carvalho, que
interessa à Cidade e não apenas aos moradores da Av. Antônio de Carvalho.
Portanto, é um Projeto desonesto,
como desonesto é o procedimento, depois das informações que recebi, o não pagar
os servidores, duas vezes cortaram 40% do direito à bimestralidade, sem que
tenham-nos explicado diretamente as coisas. Há poucos minutos estive no meu
gabinete e o Presidente da Comissão de Finanças disse que não pode me dar as
explicações, porque o Executivo não manda os dados. Então, estamos aqui
subordinados ao Executivo que faz o que quer. Quando dá certo, é dele e, quando
a população reclama, nós quem somos os culpados, somos o instrumento da discórdia,
os quais cometemos os erros, porque eles só acertam. Mas, chamei atenção: eles
estão fazendo publicidade em cima desta Casa, estão fazendo publicidade em cima
dos 33 Vereadores, os quais, segundo eles, são instrumentos usados contra a
Administração Popular. Nós somos instrumentos, peças utilizadas quando não se
quer que eles façam algumas coisas, mas penso e volto a insistir: a Câmara
comete um erro em não se considerar ofendida por não ter sido informada daquilo
que vai votar. Duvido que 10%, 15% dos Vereadores, 5 ou 6 saibam o que contém
este documento, que a Popular não tinha para nos mandar, certamente estão
fazendo economia de papel e de xerox. Na verdade, a Popular não queria mandar,
porque quando faz edição de jornal, que também está aqui, deve ser aprimorado,
faz 250.000 exemplares. Agora, para mandar, cumprindo a honra, o dever de
informar, eles não tinham dinheiro. Este documento, que foi emprestado, agora,
terminado o debate, eu vou devolver para que o Secretário do Governo tenha,
segundo me foi informado, o original. Não existe outra cópia na Prefeitura. Vou
devolver. Agora, eu queria que os Vereadores considerassem bem que esta Câmara,
mais uma vez, está sendo desmoralizada, desprestigiada. Não estamos sendo
informados do que está acontecendo. Se o sucesso há, é deles; se for errado, é
nosso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLE nº 042/91 - Proc. nº 2500. A Mesa vai colocar em
votação nominal, para que não haja dúvida quanto ao resultado da votação.
Solicito ao Sr. 1º Secretário que
proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr.
Presidente, 28 Srs. Vereadores votaram SIM e 02 Srs. Vereadores votaram NÃO.
O SR. PRESIDENTE:
APROVADO o PLE nº 042/91.
(Votaram SIM
os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Cyro Martini,
Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Ervino Besson, Giovani Gregol,
Isaac Ainhorn, Jaques Machado, José Alvarenga, João Motta, José Valdir, Lauro
Hagemann, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Vicente Dutra, Nelson
Castan, Nereu D’Ávila, Omar Ferri, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, Adroaldo
Corrêa, Heriberto Back, João Bosco e Luiz Negrinho. Votaram NÃO os Vereadores
João Dib e Mano José.)
O SR. PRESIDENTE: Passamos agora às Emendas nºs 02, 03 e 04, que serão votadas em conjunto, já que todas têm seus Pareceres favoráveis.
Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADAS.
Votou “não” o Ver. Lauro Hagemann e abstiveram-se de votar os Vereadores João Dib e Mano José.
Sobre a mesa Requerimento de
autoria do Ver. Clovis Ilgenfritz, solicitando que o PLE nº 042/91 seja
dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final,
considerando-a aprovada nesta data. Em votação (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. Nº 2120/91 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
030/91, cria o Programa Municipal de Educação Infantil,
cargos em comissão e funções gratificadas, altera a estrutura da SMED e da SMS
e dá outras providências. Com Mensagem Retificativa.
Parecer:
- da CJR. Relator Ver. João Motta: pela
aprovação.
O SR. ARTUR ZANELLA
(Questão de Ordem): Solicito informações sobre se há Requerimento
solicitando o adiamento da discussão deste Projeto, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Temos dois pedidos de adiamento. Um, do Ver. Giovani Gregol, que pede o
adiamento da discussão, por uma Sessão; outro, do Ver. Nereu D’Ávila, que pede
por três sessões.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sugiro, então, Sr. Presidente, que se discuta, primeiro, o Requerimento
de adiamento, em respeito às pessoas que aqui estão esperando a votação do
Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Houve um pedido da Liderança do PDT e do PT exatamente em sentido
contrário, para que, justamente em respeito aos nossos visitantes, iniciássemos
a discussão do projeto para que as Bancadas e os Srs. Vereadores possam tomar
pé do problema e, posteriormente, faríamos o encaminhamento dos requerimentos.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, provavelmente serão apresentadas Emendas e eu gostaria
de discutir o Projeto com as Emendas.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa deixa claro que existe o Requerimento para adiamento da matéria,
mas existe também um pedido de Lideranças para que se inicie a discussão, para
que se possa chegar a eventuais negociações.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Ratifico o pedido a V. Exª, Sr. Presidente, porque temos o máximo prazer
em que as pessoas venham à Câmara, inclusive interessadas no assunto e não
queremos que pensem que estamos postergando a votação pelo fato de a adiarmos.
É que a matéria é de alta relevância e, falo pelo PDT, ainda não assimilamos
toda essa carga de alterações que o Projeto traz. A pressa é inimiga da
perfeição, então é melhor que se tenha algo bem elaborado, discutido e
aprofundado do que, só para agradar, vote-se algo que possa trazer problemas.
Gostaríamos que fosse iniciada a discussão.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa faz suas as palavras de V. Exª. O processo legislativo nem sempre
é conhecido. É importante que passemos à discussão para termos um bom
resultado. Se for ocaso, será apresentado o Requerimento de adiamento.
Em discussão o PLE nº 030/91 -
Processo 2120/91.
Solicito ao Ver. Airto Ferronato
que assuma a Presidência dos trabalhos para que este Vereador possa fazer uso
da tribuna.
O SR. PRESIDENTE
(Airto Ferronato): Com a palavra, para discutir o Processo, o Ver.
Antonio Hohlfeldt
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Airto Ferronato,
Srs. Vereadores e muito especialmente Ver. Nereu D’Ávila, Liderança do PDT. Fiz
questão de me inscrever no sentido de, em primeiro lugar, destacar a
importância do Projeto. Independentemente das demais Bancadas, de toda tradição
- e não pela presença do Ver. Dib, mas queria lembrar que na Administração do
Ver. Dib, então Prefeito Municipal, também a SMED teve um papel importante,
sucessivamente com os vários secretários que assumiram aquela Secretaria - sem
dúvida nenhuma o hoje PDT, na tradição PTB, tem uma marca registrada nas suas
diferentes Administrações, desde o tempo do Prefeito e Governador Leonel
Brizola, que era a preocupação explícita com a educação. E o PT, na sua
formação, igualmente tem assumido, dentre outros tantos Projeto, a questão da
educação, como eu digo, não exclusividade desses Partidos, mas como uma das
preocupações fundamentais. No caso da Administração de Porto Alegre
especialmente, nós, Partido dos Trabalhadores, e acho que poderia dizer nós, de
Porto Alegre, nos sentimos especialmente destacados na medida em que dentro
daquela proposta, que o Partido dos Trabalhadores fez em relação ao chamado
governo paralelo em relação ao Presidente Collor, na Administração Federal, é a
Secretaria titular da SMED considerada também aquela que responderia por um
hipotético Ministério de Educação, em nível federal, trazendo as suas propostas
à discussão. Durante o debate que fizemos aqui, na Lei Orgânica Municipal, e
durante os debates a que temos assistido ao longo de anos e de meses e
disputas, inclusive entre o PT e o PDT, tem ficado claro que há visões
diferentes, não necessariamente divergentes em relação a um projeto e a outro
projeto e se são diferentes e não chegam a ser divergentes, eu quero salientar
bem isso, ficou inclusive patenteado no momento em que estas duas Bancadas,
nesta Casa, durante a elaboração da Lei Orgânica Municipal e depois com
participação de praticamente as demais Bancadas, fecharam acordo incluindo na
Lei Orgânica Municipal a questão dos Centros Integrados de Educação e nem por
isso se impediu que se continuasse desenvolvendo o trabalho, o Projeto que a atual
Administração tinha.
O que se traz agora é um Projeto,
eu diria, englobar uma experiência iniciada na Administração anterior e da qual
quero deixar liso porque isso tem sido expresso por mim publicamente, tive
divergências e nem por isso deixei de aprovar e apoiar com o meu voto nesta
Casa, e queria lembrar quando aqui, a então Secretária da SMED, Professora
Neuza Canabarro, nos enviava o Projeto da reversão do acordo Estado-Município,
tanto a Verª Gládis Mantelli, quanto eu, deixamos absolutamente claras as
nossas posições contrárias àquela idéia. Alertávamos à Administração Municipal,
que então se instalava na Cidade, em 1986, que não daria certo, mas assim mesmo
entendíamos que ao Prefeito eleito cabia-lhe e competia-lhe definir um projeto
de administração na área educacional. Tivemos uma parte que deu certo, porque
sem dúvida nenhuma o esforço da Administração Collares levou uma ampliação da
rede pública municipal inequivocamente, mas temos uma parte que não deu certo,
uma parte que por vezes pode-se debitar até mesmo aquilo que o então Prefeito
Collares sempre levantou, em pouco tempo, para amadurecer um projeto, implantar
o projeto e concretizá-lo. Tivemos alguns CIEPS incompletos, mas isso não
impediu que estas propostas fossem gradualmente completadas e ampliadas pela
atual Administração, que por sua vez engloba este Projeto e amplia com a
proposta, que ora vem à Casa.
De um modo geral o que eu queria
sublinhar, pelo menos no meu entendimento, Ver. Nereu D’Ávila, Ver. Vieira da
cunha, que têm sido os nossos interlocutores mais permanentes, o Ver. Besson
que tinha um compromisso e retirou-se momentaneamente do Plenário e que foi o
nosso interlocutor numa Emenda onde eu me posicionava contrário, aquela Emenda
em relação a passagem dos alunos de 1ª série para 2ª série do primário, sem o
castigo, digamos assim, sem o castigo de “rodar”, como é comum nós termos nas
avaliações, o que queremos levantar é que este Projeto que ora se discute na
Casa não se opõe ao outro Projeto. Mas, no nosso entendimento, se completam. E
foi esta uma discussão que tivemos, de toda a Bancada, com a Srª Secretária e a
sua equipe. Era importante que tivéssemos clareza nesta proposta até para
verificarmos em que termos se daria o debate nesta Casa, se fosse uma disputa
teria que vir como tal, se fosse uma ampliação, uma complementação teria que
vir como tal. Acho que neste sentido se avançará com este Projeto, porque ele
não impede uma idéia anterior ou futura de retomada, dependendo do que disserem
as urnas no ano que vem, ou nos próximos anos, mas permite uma centralização no
sentido que se tenha um único modelo de trabalho. Não se pulverizem recursos,
modos se trabalhar, ora na Secretaria da Saúde, ora na Secretaria da Educação,
e aqui acho, Ver. João Dib, que se centraliza alguma coisa numa única
Secretaria e não se divide em dois ou três blocos. De repente, vem FESC atuando
de um lado, Saúde do outro, SMED do outro, realmente não se consegue saber que
projeto é. Podemos discordar ou concordar, mas que seja centralizado.
O Sr. João Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Concordo que haja
centralização, é uma medida sensata e inteligente. Quantas crianças estariam
numa escola municipal infantil?
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT: Não sei lhe responder em termos de criança por
escola, talvez o Ver. João Motta, Ver. José Valdir, ou os companheiros da SMED
que estão aqui possam lhe responder. O que sei é que vai haver critérios
conforme as séries, ou seja, séries menores terão menos alunos. Primeira e
segunda séries têm menos alunos em sala de aula, terceiras e quartas séries
terão mais alunos. Pedagogicamente é responsável que as séries, no processo
inicial, tenham menor número de crianças, e as séries, num nível mais
adiantado, tenham um número maior de crianças na sala de aula. A variação
vai-se dar mais por sala de aula e por série do que propriamente por escola.
O Ver. João Motta me alcança uma
resposta que gostaria de checar para colocá-la oficialmente, em média cada
Centro Infantil terá em torno de 150 crianças, nesses grupos básicos de
educação.
O Sr. Vieira da
Cunha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Eu recebi cópia da Emenda conjunta, de V. Exª e do Ver. Giovani Gregol. Tenho a
impressão que o Ver. Gregol apenas ratificou como Vice-Líder.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT: Ao contrário Vereador, eu tive o prazer de
ratificar a Emenda do Ver. Gregol.
O Sr. Vieira da
Cunha: Então a autoria é do Ver. Gregol. No que se refere
à questão das eleições dos diretores dessas escolas infantis e eu deixo para
discutir esse assunto com o Ver. Gregol que é o autor da Emenda.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT: Mas eu aproveito para comentar as Emendas, Ver.
Vieira, porque é exatamente a segunda parte conclusiva dessa minha primeira
intervenção.
Nós recebemos até agora três
Emendas, a Emenda de V. Exª com a qual eu me solidarizo plenamente. Acho que o
prazo pretendido pela SMED, de um ano, até a oficialização dos Conselhos
Populares pelos Conselhos Escolares é muito grande. Acho que se tem um projeto
na cabeça vamos colocar logo ele em prática, portanto, eu da minha parte, não
sei se necessariamente noventa dias, Vereador, mas com toda certeza não
trezentos e sessenta. Então, acho que até por aí, a gente pode depois ver a
concretização disso se realmente noventa dias é possível ou não. Mas de tal
maneira acho que a Emenda de V. Exª, sobretudo a redação que V. Exª dá ao
artigo 16, da minha parte pessoal, não estou falando pela minha Bancada, mas da
minha parte pessoal, estou com V. Exª. E com o Ver. Giovani Gregol, fiz questão
de assinar as duas outras Emendas porque na discussão que nós tivemos com a Srª
Secretária, a Bancada como um todo, nós havíamos deixado bem claro para a Srª
Secretária, que nós não abriríamos mão como Bancada e muito particularmente eu,
como autor do Projeto, que se tornou Lei, homologada pelo então Prefeito Alceu
Collares, foi a primeira Lei assinada. Ver. Dib, V. Exª iniciou o estudo, mas
quem assinou efetivamente a Lei foi o Prefeito Collares, foi o primeiro ato do
Prefeito Collares, que então assumia, foi exatamente o da eleição direta. E o
que a Lei já diz antes, nós não precisamos repetir aqui, então vamos referir a
Lei. Em vez, no artigo 11 ou 12 ou no caso 17, dizer que vai haver uma eleição
depois, dizer: remeta-se diretamente para a Lei existente, porque a Lei já diz
com clareza. O que diz a Lei existente, “que as escolas criadas no primeiro ano
não elegem Diretores, são indicados, porque tem que se estruturar”. E logo no
ano seguinte elegem diretores. Foi esse o acordo que nós tivemos com a então
Secretária Neuza Canabarro, na regulamentação, e foi isso que se cumpriu ao
longo da Administração Alceu Collares e vem se cumprindo ao longo da
Administração Olívio Dutra. Não tem porque mudar, não tem porque mudar também
nos centros infantis. Então nós ratificamos e fizemos questão de assinar juntos
as Emendas, porque essa é a posição inclusive de uma discussão que tivemos com
os nossos companheiros de Bancada.
Então como primeira introdução a
esta discussão que nos parece que não é uma discussão apenas partidária de opor
um Projeto a outro, mas de tentar um avanço, dar um passo a mais em relação
sobretudo à educação infantil que é o degrau fundamental em relação a educação
futura dos jovens e dos nossos adultos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Luiz Machado.
O SR. LUIZ MACHADO: Presidente, Srs. Vereadores, eu apóio em parte, tenho ainda algumas
dúvidas no bojo do Projeto, porque eu acho que até aqui, como homem que faz
comunidade de base, faz periferia da nossa Cidade, eu até aqui não vi as
creches atendidas sequer com 40% das suas capacidade físicas, ocupadas e
administradas como tal. Não vi, porque é a resposta do Governo sempre que não
tem dinheiro para administrar. Ou seja, as creches não estão com a sua lotação,
por falta de funcionários, equipamentos e assim por diante. É bom que isso
venha a ajudar, este é um Projeto do Governo que vem ajudar, só tem uma coisa,
nós não podemos só bater palmas, temos que apontar que até aqui as creches nos
bairros, nas vilas, bairro de classe popular, não têm sido atendidas até aqui.
Claro que não vou colocar tudo isso nos ombros da Administração Popular, porque
isso vem de anos em volume a tal ponto que na periferia hoje proliferam as
creches particulares, basta caminhar ou rodar de carro nas vilas, nos bairros
pobres e verão que têm creches e mais creches particulares. Por que estão
aumentando as creches particulares? Porque o Poder Público não atende
adequadamente sequer as creches que hoje existem na sua plenitude. No Bairro Restinga,
tem creche que tem aproximadamente 700 metros de área física e não tem 250 da
área útil utilizada para as crianças; berçários desativados. É isso, a minha
lembrança ao discutir este Projeto é essa, será que não é mais uma lei para
ficar à mercê da própria sorte e à resposta “não tem verba para administrar”?
Então, nós temos a responsabilidade, não vou ficar fora, acompanharei a minha
Bancada e vamos votar favorável porque é da área social, vem para somar, mas
não podemos deixar de dizer que até aqui tem sido muita difícil deixar um filho
na creche. Os filhos dos trabalhadores têm de pagar creche particular, não há
creche! Então, não podemos concordar com isso! Aceitamos essa transformação
como escola infantil, vem ajudar, mas queremos que venha a ser cumprida,
verdadeiramente, a demanda que é grande nos bairros pobres, a demanda é muito
grande, e, hoje, as creches administradas pelo Poder Público não atendem sequer
a 20 % da demanda e queremos que isso fique bem claro, na intenção que temos de
aprovar este Projeto, mas que o Orçamento aprovado por essa Casa seja
efetivamente usado na área social e não seja desviado como muitas vezes já
ocorreu. Também quero dizer que tenho uma opinião, Ver. Nereu D’Ávila, eu acho
que é mais um Projeto que vai - e até peço perdão por usar esta palavra -
tentar sepultar o nome CIEM. É mais uma grande esperteza do Governo da Frente
Popular. Um dia, quem sabe, vamos viver alguns anos, veremos. A intenção, às
vezes, não se escreve só no papel, a gente pensa. Eu respeito, Ver. Gregol, a
intenção do Governo. Só espero que não seja para sepultar a filosofia e o
grande trabalho empregado pelo Governo Alceu Collares, quando lançou os CIEMs
em Porto alegre, saber que os CIEMs eram para atender a tudo isto e mais um
pouco, no que tange à área social.
O Sr. Giovani Gregol:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Eu sinto discordar de V. Exª, mas acho que a sua preocupação é legítima mas não
é procedente, porque a Secretária da Educação, Esther Grossi, e sua assessoria,
já manifestaram a esta Bancada, e publicamente, inclusive, também à Bancadas de
Oposição na Casa, que este Projeto das escolas infantis se trata de um resgate
do Projeto CIEMs. Isto é público e explícito, inclusive, nas posições da Srª
Secretária e da secretaria; portanto, se trata de um resgate, e do nosso ponto
de vista, obviamente, de melhorias, de aperfeiçoamento.
O SR. LUIZ MACHADO: Se fosse para resgatar o nome do CIEM e a sua filosofia, não tirariam o
nome de CIEM que estava escrito nos muros das escolas.
O Sr. Giovani Gregol:
V. Exª está mais preocupado com a embalagem do
produto do que com o conteúdo? V. Exª tem que analisar o conteúdo, e este é de
resgate e aperfeiçoamento.
O SR. LUIZ MACHADO: Eu apóio o Projeto, mas não é tudo que V. Exª afirmou no momento. Quero
dizer que tenho minhas dúvidas. Respeito a Secretária de educação e o seu
trabalho, bom trabalho para a educação, vamos olhar o lado bom, positivo, só
que vamos ficar atentos, para que no Orçamento futuro, Ver. Adroaldo, possa ser
embutido tudo isto que o Projeto nos oferece, que a Lei futura vai oferecer. E
que não venha a desculpa para cá, depois de aprovarmos, dizer que não tem
verbas para isto, para aquilo, para que atenda verdadeiramente isto, que é um
Projeto amplo e de uma grande transformação na área social.
O Sr. Nereu D’Ávila: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Até concordo, talvez
até embuti, sub-repticiamente não se tenha a intenção, até que já se mudou a
filosofia do que foi instituído como CIEM. Tudo bem. Chama-se CIEM, SEAC ou
qualquer coisa, não há mais dúvida de que no Brasil as escolas integradas, que
não são novidades na Europa, foram trazidas pelo Governador Leonel Brizola.
Naturalmente, isso fica gravado.
Para Porto Alegre, retomaremos
essa filosofia a partir de 03 de outubro de 1991.
O Sr. Adroaldo
Corrêa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
O art. 187, § 1º da Lei Orgânica, de nossa autoria, diz que o Município
proporcionará creches públicas para as comunidades. Essa dotação nada mais é do
que o cumprimento daquilo que aprovamos.
O SR. LUIZ MACHADO: Vamos ficar atentos, já tem meu apoio, para que possam valer os nossos
direitos, após aprovado o Projeto. Que tudo que estiver aqui seja aplicado
dentro da lei, que não fique no papel. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. Heriberto Back.
O SR. HERIBERTO BACK:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu, até, tinha
pedido uma transposição de tempo com o Ver. João Motta para que, como um dos
Vereadores titulares que discutiam o Projeto com a SMED, me respondesse a
alguns questionamentos que vou fazer. Eu estou eventualmente na Câmara e é
neste momento que eu tomei conhecimento deste Projeto, mas eu também estava
momentaneamente na Câmara quando aqui esteve a Secretária da Educação com a sua
assessoria e creio, até, com muitas das companheiras que estão aqui presentes
hoje apoiando este Projeto, como eu também o apóio e eu fazia algumas
considerações que pensei seriam tomadas em considerações e seriam tomadas no
bojo deste Projeto e corrigiriam algumas das antigas críticas que o movimento
popular, principalmente das vilas, fazia ao Projeto das Casas da Criança.
Refiro-me ao art. 5º, que prevê o programa municipal de educação, integrado
pelas creches, pelos centros, enfim, tudo que se conhece, os Vereadores
conhecem e os que estão na platéia conhecem. Mas o que eu esperava ver
contemplado e integrado, no programa de escolas infantis, são aquelas creches
já existentes dentro das vilas populares, creches comunitárias das vilas pobres
que são construídas pelo braço da própria comunidade, são administradas pela
própria comunidade, sustentadas pela criatividade da comunidade com alguns
parcos recursos angariados um pouco na LBA, um pouco na FEBEM, um pouco em qualquer
lugar, mas, principalmente, sustentado, pela teimosia dessas comunidades, pela
dedicação das mães que atendem a essas crianças e que prestam um alto serviço
às comunidades. O Ver. Luiz Negrinho, que aqui está hoje, eu quero homenagear o
meu colega, não de Bancada, mas de região comunitária do Cristal, da Grande
Cruzeiro, ele pode testemunhar junto comigo o papel que exerce a escola quando
é comunitária, mesmo com os mais parcos recursos. Não só na idade de zero a
seis anos. Eu até pediria ao Ver. Artur Zanella que me emprestasse um pouco o
Presidente, que é um dos que estão discutindo este Projeto porque eu queria ser
ouvido pelo Presidente e, obviamente, pelo Ver. Artur Zanella, já que são raras
as oportunidades que eu tenho de externar, não um pensamento meu, mas um
pensamento do movimento comunitário organizado, que tem suas posições, tem suas
idéias e quer expressá-las quando tem oportunidade. Eu digo que na nossa
região, nós temos um exemplo, não só do sucesso dessas escolas, creches, zero a
seis, como temos o sucesso da descentralização da FEBEM, que atende crianças de
7 a 14 anos, que começando de baixo de lona no pátio de algumas casas com
monitores - que não têm muito mais que a sua dedicação, a sua vontade de ajudar
essas crianças - nós temos eliminado na Grande Cruzeiro praticamente o cheiro
de cola, as pessoas assaltando nas ruas, pedindo no Centro. Elas estão sendo
atendidas por essas escolas informais, sejam creches ou sejam centros da FEBEM
descentralizados, com os mais elementares recursos, agora muito melhor
trabalho, essas creches, esses centros poderiam prestar se tivessem junto a
elas vocês, que são dessas escolas infantis, gente especializada, nós
precisamos um pouco mais de recursos financeiros, agora fundamentalmente, o
recurso humano especializado em educação. Então, eu estou triste hoje, por não
ter sido ouvido pela Administração do meu Partido, e que é o reclamo que não é
meu. É o reclamo das comunidades pobres de Porto Alegre, desde o Governo
passado, que permitissem programas que atendessem efetivamente a população
pobre das vilas, dentro das suas situações, porque novamente, assim como na
Casa da Criança nós vamos ter dificuldades, primeiro de ter escolas infantis
dentro das vilas porque lá os terrenos são irregulares, não têm escritura,
então para construir uma Casa da Criança, uma escola infantil, vamos ter a
mesma dificuldade. Nós vamos ter o mesmo defeito que é não utilizar as
estruturas existentes, e apoiá-las com recursos financeiros, recursos humanos é
o mesmo defeito da Casa da Criança que não é corrigido por este Projeto. Então,
eu queria sugerir à Liderança da minha Bancada, ao Presidente, às Lideranças de
todos os Partidos que a gente estudasse uma Emenda que incluísse, dentro do
programa de escolas infantis a possibilidade de realizar convênios, então, com
as creches já existentes hoje, as creches comunitárias já existentes dentro das
vilas, criadas pela própria comunidade, sustentada pela teimosia dessa
comunidade e que precisam o quê? Gente. Não é muito dinheiro, não é um outro
prédio, claro que quando pode ser melhor o prédio, se melhora as condições das
crianças pobres das vilas, eu concordo com a Secretária da Educação, elas têm o
mesmo direito de ter toda estrutura das escolas que as crianças da Cidade
formal têm, mas que tenham, também, toda a estrutura que a Cidade formal tem.
Quando a vila tiver uma estrutura como a da Cidade formal, as nossas creches
também terão essa estrutura. Mas enquanto isso não for feito, vamos trabalhar a
partir da nossa realidade. É assim que estamos eliminando a marginalidade da
nossas crianças da Grande Cruzeiro. E fazemos uma homenagem ao nosso Ver.
Negrinho, que trabalha com a gente dentro da comunidade, queremos fazer esse
depoimento. O Ver. Luiz Negrinho não é da nossa Bancada mas nós temos uma
militância comum, e tenho certeza de que será a favor de que se estude um
convênio com essas escolas informais, hoje existentes, e que prestam enormes
serviços a sua comunidade, isso é parte de uma filosofia. E essa Emenda não só
possibilitará a construção de centros infantis, o reforço a essas escolas
infantis já existentes nessas vilas irregulares, mas, segundo, vamos aproveitar
as estruturas já existentes; terceiro, será a educação comunitária, porque terá
a iniciativa, ou o apoio, da comunidade. E eu tenho uma tese que pode afrontar
os professores, que a vida me ensinou: ou a educação é comunitária, ou não é
educação. Pode ter escolas de melhor ou pior qualidade, mas educação ou é
comunitária ou não é. E acho que se não incluirmos no Projeto, não incluirmos
no programa essas estruturas existentes, criadas pela comunidade, o Projeto vai
caminhar com uma perna só, porque vai faltar, exatamente, incluir num belo
projeto a participação da comunidade.
O Sr. Vieira da
Cunha: V. Exª permite? (Assentimento do orador.) A questão
da participação da comunidade também foi a minha preocupação, tanto que a
Emenda que ingressei dá nova redação ao art. 16, que fala dos Conselhos
Escolares. O Projeto original, no meu entender, estranhamente, quis jogar para
daqui a 12 meses a implantação dos Conselhos. Daqui a um ano os Conselhos
estarão implantados. E os Conselhos são exatamente a garantia que nós temos de
que a comunidade participará na gestão das escolas infantis. Agora, sobre o
núcleo do que V. Exª coloca, eu concordo, só acho que o que V. Exª diz não é
incompatível com o programa das escolas infantis, pelo contrário, complementa,
mas nós não podemos misturar as duas ações. O que V. Exª diz é procedente mas
deve ser objeto de um estudo à parte e talvez até de um projeto à parte que
caminhe integrado ao Projeto das escolas infantis mas que com ele não se
confunda.
O SR. HERIBERTO BACK:
Ver. Vieira da cunha, agradeço a V. Exª pelo
aparte, mas eu, embora seja advogado, não me considero um jurista, mas não vejo
por que não se possa incluir neste Projeto uma Emenda que possibilite, dentro
do espírito da Lei, fazer convênio com as escolas infantis existentes,
informais, dentro das vilas. Efetivamente não vejo por que a gente tenha que
elaborar um novo Projeto de Lei quando podemos sanar essa deficiência com uma
simples Emenda e darmos um conteúdo mais substancioso. De nada adianta fazermos
Conselho Escolar se novamente as comunidades mais pobres das vilas acabam sendo
excluídas, não são aproveitadas essas estruturas montadas pela própria
comunidade. E volto a dizer: a partir daí, nós marcamos uma coisa, a educação
ou é comunitária ou não é. Ela pode ser uma escolarização de melhor nível e,
aliás, eu saúdo a Secretária de Educação do Município por ter trabalhado bem nesse
sentido, ter melhorado a qualidade de ensino, a construção da alfabetização. Eu
acho que o índice de aproveitamento é muito grande e saúdo a Secretária de
Educação por isso, mas não vou deixar de cobrar o fato de não haver sido
considerada a sugestão feita por este Vereador, com a concordância da própria
Secretária e dos técnicos de incluir nesse Projeto as escolas das nossas vilas,
as nossas escolas informais. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Antonio Hohlfeldt): Não havendo mais nenhum Vereador inscrito para
discutir o PLE nº 030/91, queremos colocar em votação o Requerimento, de
autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que solicita que o PLE nº 030/91 - Processo nº
2120/91, tenha sua discussão adiada por duas sessões. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos, portanto, às folhas 05
- PLL nº 096/91 - Processo nº 1337/91 de autoria da Vera Letícia Arruda.
PROC. Nº 1337/91 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
096/91, de autoria da Verª Letícia Arruda, que proíbe o uso
de buzina nos caminhões de venda de gás engarrafado a domicílio para anunciar a
sua passagem pelas vias e logradouros deste Município, e dá outras
providências. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Clóvis Brum: pela aprovação;
- da CEDECON. Relator Ver. Edi Morelli, pela rejeição;
- da COSMAN. Relator Ver. Gert Schinke: pela aprovação do Projeto
e rejeição da Emenda nº 01;
- da CJR. Relator Ver. Leão de Medeiros: pela aprovação da Emenda
nº 01;
- da CEDECON. Relator Ver. Edi Morelli: pela rejeição da Emenda nº
01.
O
SR. PRESIDENTE: A Mesa apregoa Requerimento firmado pela Verª
Letícia Arruda e ratificado pelo Ver. Nereu D’Ávila, solicitando seja a
discussão do PLL nº 096/91, Proc. nº
1337/91 adiada por duas Sessões.
Nós temos em Plenário 12 Vereadores presentes. Não há
“quorum” para votação.
(Levanta-se a Sessão às
17h09min.)
* * * * *